LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de. A Inclusão escolar de Alunos Surdos no Ensino Infantil e Fundamental.
Partindo de uma análise crítica em relação ao texto utilizado, torna-se impossível não admitir que a educação ainda precisa de um entendimento maior relacionado à comunidade surda, para que consiga alcançar uma inclusão que integre este sujeito.
Mas o que fazer para que estas práticas integrem este aluno? A pesquisa utilizada pelos autores aponta algumas setas para o caminho, que podem servir para indicar ou descartar alguns métodos utilizados.
Os autores indicam através do texto que é necessário expor o surdo precocemente à língua de sinais e posteriormente a língua portuguesa, identidade primeira dos alunos ouvinte, comunidade onde o surdo será inserido.
Partindo deste princípio é impossível não elencar a necessidade de um acompanhamento familiar, onde se consiga trabalhar a aceitação deste sujeito, de suas habilidades e suas limitações. Principalmente buscando fazer com que os familiares integrem o surdo em suas rotinas diárias, não o deixando de lado como visitante ou incapaz.
Dentro das práticas de uma escola que se diz inclusiva, e que visa à integração deste aluno contemplando seus conhecimentos, e não transformando aquilo que a ele tem significado pode-se enumerar:
- Comunidade surda x características lingüísticas, sociais e culturais – Falamos de identidade, de algo que vem enraizado muitas vezes no indivíduo que chega a escola. Este aluno como todos os outros não vem vazio como uma tabula rasa, ele vem com suas realidades e seus conhecimentos. Como realizar o entendimento deste todo sem possuir o domínio pleno da Libras? Como realizar o desenvolvimento da zona proximal, permitindo que este aluno consiga assimilar e acomodar novas aprendizagens? O toque é imprescindível, a afetividade precisa em todos os momentos servir de resgate para formar vínculos com este sujeito.
- Domínio da libras x processos específicos de ensino aprendizagem – Mesmo que este professor tenha o domínio de libras é ainda necessário que consiga adaptar esta nova língua através da utilização da sala de recursos. Em uma turma excessivamente grande este trabalho torna-se quase impossível por toda a diversidade que nela existirá.
- Este aluno com certeza não conseguirá aprender, por este motivo também é necessário pensar em que turma ele pode ser integrado, e como realizar isto com a parceria da sala de recursos alcançando assim através de um trabalho mais individualizado uma aprendizagem com significado.
- Atuação professor x atuação intérprete – A primeira coisa a pensar é que eles precisam estar em sintonia perfeita, com confiança no trabalho um do outro, porém de qualquer forma ficam as perguntas: Com quem o aluno estabelecerá vínculo? Até que ponto e até quando é interessante que este intérprete permaneça em sala? Como fazer para que não aconteçam atividades paralelas? O professor estará realizando a práxis somente com os surdos, somente com os ouvintes ou com ambos?
- Apagamento ou negação da surdez x professor que usasse/aceitasse a libras – Se existe o desejo de uma integração por completo deste sujeito em atendimento escolar, é necessário à formação permanente de todos os envolvidos neste ambiente escolar. Não é possível pensar que a existência de um professor surdo e um intérprete irão integrar este sujeito que chega. Integrar significa permitir que todos possam conhecer esta linguagem, e para tanto é necessário que exista a motivarão, o desejo de todos envolvidos neste espaço de atendimento.
Para concluir é preciso que sejam apontados caminhos de resignificação no fazer pedagógico escolar, pois as experiências relatadas no texto demonstram ainda a necessidade de um trabalho mais comprometido e urgente.
Os planejamentos como PPP, Plano Anual, Plano de Estudos e Projeto de trabalho devem
estar buscando sempre meios de atender estes sujeitos contemplando suas necessidades, e elencando maneiras para isto.
Uma gestão competente e comprometida com a inclusão/integração deverá buscar incansavelmente alternativas através de práticas motivadoras que reúnam surdos e ouvintes, respeitando sua condição lingüística e atuantes na perspectiva da aprendizagem da livras e língua portuguesa.
O fracasso escolar, fantasma que no primeiro momento amedronta, serve para uma ruptura necessária de um ensino muitas vezes primário que se nega a compreensão de que a inclusão não acontece na mesmice, e na mediocridade de um trabalho incapaz e que não constrói.
Os personagens principais da educação são e sempre serão os sujeitos em atendimento, por este motivo parece importantíssimo que o trabalho continue através da formação de professores, bem como do trabalho realizado por professores/pesquisadores que emitam novas técnicas, jogos e possibilidades para que seja um ensino enriquecido e eficaz.
Em contrapartida permanece a pergunta: Se existem tantas lutas para que as práticas sejam inclusivas por que as faculdades utilizam-se apenas de um semestre na construção deste conhecimento? Por que os gestores resistem tanto na implantação e na presença de um professor efetivo na sala de recursos?
As leis existem e as propostas são encantadoras porém existe ainda um longo caminho para que este entendimento consiga obter frutos de uma aprendizagem sadia a toda diversidade existente.
Centro Universitário Metodista – Ipa
Curso: Pedagogia
Disciplina: Libras
Profº André
Alunas: Dione Gauto e Gabriela Aço