segunda-feira, 14 de junho de 2010

Sala de recursos, para algumas escolas uma visão de futuro, para os mais esclarecidos uma necessidade do presente.

A Secretária da Educação, com fundamento no disposto nas Constituições Federal e Estadual, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no Estatuto da Criança e do Adolescente e na Indicação nº. 12/1999 e Deliberação nº. 5/2000 do Conselho Estadual de Educação, e considerando que:
(....) a educação especial para atendimento escolar de educandos portadores de necessidades especiais deve ser realizada, preferencialmente, na rede regular de ensino, em classes comuns com apoio de serviços especializados organizados na própria escola ou em centros de apoio regionais; a integração, permanência, progressão e sucesso escolar de alunos portadores de necessidades especiais em classes comuns do ensino regular representam a alternativa mais eficaz no processo de atendimento desse alunado; em função das condições específicas dos alunos, sempre que não for possível sua integração em classes comuns da rede escolar, a classe especial deve ser mantida na rede regular ou, ainda, quando necessário, deverá ser oferecido atendimento por meio de parcerias com instituições privadas especializadas sem fins lucrativos; a rede estadual já possui formas diversificadas para atendimento dos alunos portadores de necessidades especiais e que os paradigmas atuais da inclusão escolar vêm exigindo a reorganização da educação especial visando à ampliação dos serviços de apoio especializado e a renovação dos projetos pedagógicos e metodologia de trabalho das classes especiais, resolve: Artigo 1º- São considerados alunos com necessidades educacionais especiais aqueles que apresentam significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter permanente ou temporário, que resultem em dificuldades ou impedimentos no desenvolvimento do seu processo ensino-aprendizagem.

            Pensar em sala de recursos hoje é o mesmo que pensar em um atendimento completo na área educacional, onde também a educação é comemorada através das conquistas do sujeito em atendimento por completo.
            Como pedagogas poderíamos por alguns momentos nos utilizar das ferramentas dos questionamentos pessoais que deveriam ser ponto de problematização para todos aqueles que se enamoram pela educação. Como realizar uma inclusão social e cultural? Que rumos estou tomando em minhas práticas? Estou realizando a práxis? Como realizar a inclusão através do conhecimento das leis? Consigo estabelecer parâmetros de integração x inclusão? Conheço este sujeito a quem me dedico, suas necessidades e minhas necessidades?
            Pensar em planejamento significa estar antes de tudo preparada para uma busca completa de caminhos, setas, que envolvam o pensar e o saber do aluno como primeiro indicador que dá significado a sua história. Para tanto é urgente uma tomada de consciência de que a sala de recursos dentro de uma escola se faz urgente.
            Tomemos por exemplo a Sir/Visual, que atende alunos com deficiência visual em algumas escolas de Porto Alegre. Entender que estes alunos precisam estar em uma escola de ensino regular é muito mais que “permitir que suas matrículas sejam feitas”. O caminho do entendimento é muito maior do que o caminho da permissão. Integrar este aluno significa em primeiro lugar o entendimento de que para que aconteça seu crescimento como cidadão ele precisa interagir com toda esta comunidade escolar.
            O atendimento diferenciado que este sujeito recebe através da Sir/Visual permite um crescimento que sustente sua aprendizagem também em uma sala de aula comum. Aprender a matemática através do sorobã nada mais é do que entender que a educação precisa de meios diferentes para chegar a um mesmo fim. O mesmo acontece com a reglete, onde o letramento acontece, porém de forma diferente.
            Como pedagogas, especialistas em educação, precisamos ter a convicção de que nossas práticas são necessárias e servem como fio condutor que revela, converte e revoluciona, transformando nossas salas em verdadeiros laboratórios de aprendizagem.
            A diversidade de situações que nos instigam faz-nos perceber que o caminho é longo, mas possível, principalmente se nossa bagagem de conhecimentos for aumentando através do desejo de alcançar a tudo e a todos, contemplando-os em suas necessidades.
            Portanto uma gestão consciente busca hoje, no tempo presente, implantar em toda escola uma sala de recursos, com professores apaixonados pela causa e dispostos a criar e recriar, com uma visão de entendimento de prosperidade onde o indivíduo seja contemplado em suas diferenças.
            Pensar em sala de recursos como visão de futuro é o mesmo que exercitar o pensamento de uns, e como escolha consciente deixar que outros comecem a construir seu pensamento mais tarde. Uma visão que inclui, mas não integra.
            Costumo pensar como Wallon, quando se refere à afetividade e deixo minha frase: “a afetividade é um instrumento eficaz quando aliado ao desejo do conhecimento e da vontade de ir adiante, sempre, por cada sujeito que se transforma em um estudo de caso nas mãos da investigadora pedagoga”. (DIONE GAUTO)


Referência Bibliográfica: 
Constituição Federal
Constituição Estadual
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Eca
Indicação nº 12/1999
Deliberação nº 5/2000 do CEE
           
           
        


           

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