sábado, 12 de junho de 2010

Perder x Participar


            Contemplar o entendimento sobre os jogos dentro da educação é ainda uma tarefa longa e difícil. Os conceitos históricos estabelecidos fazem parte da estrutura do indivíduo e, portanto encontram-se muitas vezes enraizados nos caminhos de sua existência.
            O ser humano busca incansavelmente os ganhos; primeiro em sua vida escolar e consecutivamente em sua vida familiar, individual e comunitária. Os meios de comunicação também instigam este pensamento quando determinam e apontam empresas que particularmente patrocinam “os melhores”, deixando claro, portanto que os piores são aqueles denominados perdedores, e que não são dignos de serem patrocinados.
            Muitos alimentam a hipótese de que um empate até pode ser justo, porém uma derrota jamais, assim nem vale a pena participar.
            A partir da frase de Carlos Drummond de Andrade podemos problematizar esta situação:

"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem."

            De quanto tempo ainda necessitamos para entender que o brincar faz parte de uma educação mais sadia? Como utilizar os jogos cooperativos como recurso para autonomia do sujeito? Como perceber que uma sala de aula dinâmica realiza uma aprendizagem que encanta? De onde vem esse sujeito, quais suas características e seus anseios? Qual é sua bagagem e como contempla-la em meus planejamentos?
            Uma especialista em educação consciente precisa resgatar o entendimento da importância da participação, acima do perder ou ganhar. Muitos alunos não participam, por exemplo, de uma gincana de matemática por acharem que não tem condições e que por isto já perderam. Uma gestão atuante realizaria antes todo um trabalho que enaltece os ganhos através da simples participação desta gincana, como pensamento e raciocínio rápidos em exercício.
            Concluo dizendo brincar, jogar, dinamizar situações são pontos importantíssimos dentro da vida escolar, familiar e comunitária. São valores que precisamos vivenciar com quem está a caminho e permanecer que as rupturas e retrocessos aconteçam com todos aqueles que já caminham há muito tempo.
            Uma receita de participação que dá certo está ligada à afetividade; um vínculo afetivo realiza maravilhas dentro da educação, e proporciona uma aprendizagem feliz onde menos se espera.

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